sábado, 29 de agosto de 2009

Dia de combate ao fumo

Crédito: Getty Image

Neste 29 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Fumo, largue o cigarro e entre em forma. Motivos não faltam. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o tabagismo está em 4º lugar do ranking dos maiores responsáveis por mortes no planeta. Só no Brasil são aproximadamente 33 milhões de fumantes. E está comprovado: as consequências do fumo são muito mais intensas nas mulheres. Celulites, rugas, queda de cabelo, infertilidade, problemas cardiovasculares, osteoporose e cânceres de mama e ovário são alguns dos problemas associados. E aí, vai ou não vai ficar longe do cigarro?
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Eu sei: largar o vicio nao deve ser facil. Dos que tentam parar de fumar, 40% têm uma recaída. A situação fica ainda mais difícil quando, na abstinência, em função da ansiedade e aumento do apetite, se ganha quilinhos extras. O que fazer? Calma. Há luz no fim do túnel: especialistas garantem que é possível, sim, evitar o sobrepeso. Veja como:

Os males do cigarro para a mulher

"Cânceres nas mamas e no aparelho reprodutor, hipertensão, osteoporose, doenças coronarianas, lesões vasculares e doenças pulmonares (cuja gravidade é muito maior nas mulheres que nos homens) são alguns dos males do cigarro", lista Flávio Cure, cardiologista e fundador da ONG Rio Coração. A explicação para tanto prejuízo é simples: o cigarro contém mais de 4.700 substâncias químicas, muitas tóxicas como a nicotina, o alcatrão, o monóxido de carbono e a amônia. No cérebro, essas substâncias liberam dopamina e serotonina - neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e regulação do humor. É dar a primeira tragada e o vício é quase certo.
Quer mais? Estudos apontam que a fertilidade feminina pode diminuir até 40% em relação às mulheres não fumantes. Durante a gestação, o cigarro traz prejuízos ainda maiores. "Ele libera substâncias tóxicas como a nicotina que, inaladas durante a gravidez, impedem que a placenta se desenvolva adequadamente e estreitam os vasos sangüíneos, diminuindo a quantidade de sangue, oxigênio e nutrientes que vão da mãe para o bebê", revela Lucia Marinaro Colon, ginecologista do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Por isso, o cigarro está associado a um grande número de casos de descolamento de placenta, nascimentos prematuros e abortamentos.

Beleza em xeque mate

Foi-se o tempo em que fumar era sinônimo de glamour. Hoje se sabe que o tabaco acarreta inúmeros prejuízos à beleza: celulites, rugas, estrias, flacidez, queda de cabelo e amarelamento dos dentes. "O cigarro descarrega substâncias tóxicas, radioativas, corantes e agrotóxicos que vão produzir radicais livres em níveis altíssimos, inflamando e envelhecendo a pele precocemente", explica a nutricionista funcional Patrícia Davidson. "Ao mesmo tempo, a nicotina reduz o nível de vitamina A, um antioxidante que combate esses radicais, o que torna o organismo mais vulnerável", acrescenta a especialista. E mais: acredita-se que o cigarro seja vasoconstritor. "Ele diminui a largura dos vasos sanguíneos reduzindo a oxigenação e hidratação da pele causando a flacidez e a celulite", ressalta Flávio.

Batalha contra a balança

Entre as maiores dificuldades para largar o vício está lidar com os sintomas de abstinência do fumo. "Ansiedade, angústia, insônia, sudorese, dores de cabeça, taquicardia e boca seca são as principais consequências do abandono do cigarro", revela Marcelo London, pneumologista do Hospital Copa D'Or, no Rio de Janeiro. Como se já não bastasse sofrer com tudo isso, péssima notícia: está comprovado que parar de fumar pode engordar.
A maioria dos ex-fumantes ganha em torno de três a quatro quilos, mas 10% deles chegam a conquistar 13 quilos ou mais. O que desencadeia todo esse processo? Dois fatores: "Primeiro, porque o cigarro é catabolizante, ele estimula o metabolismo a queimar rapidamente os nutrientes que recebe e a absorver menos nutrientes. Quando o sujeito pára de fumar, seu metabolismo se torna mais lento", explica Flávio.
O segundo fator diz respeito à maior ingestão de alimentos, sobretudo os calóricos, para compensar a ausência do prazer proporcionado pelo fumo. "O hábito de fumar reduz o paladar em até 70%. Se o indivíduo deixa o cigarro, os alimentos se tornam mais apetitosos, cheirosos e com muito mais sabor", complementa Patrícia. Marcelo ainda tem outra explicação: "Os centros cerebrais responsáveis pela sensação de prazer que são acionados pela nicotina estão muito próximos aos centros responsáveis pela saciedade da fome. Quando o indivíduo pára de fumar, o cérebro entende que é preciso saciar os centros da fome para gerar prazer".

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