Ana Carolina lança album equilibrado

Voz de Michael Jackson fica em primeiro plano em 'The stripped mixes'. The Very Best traz música africana aos ouvidos ocidentais.

ANA CAROLINA - “NOVE”

Divulgação Gravadora: Sony

Em seu quarto álbum de estúdio, “Nove”, Ana Carolina equilibra economia (são nove faixas em menos de 40 minutos) com exuberância – três produtores e uma lista de participações que não tem fim, incluindo o norte-americano John Legend e a italiana Chiara Civello. Essa variedade de parcerias traz bons frutos, como a tensa “Era” (uma das melhores músicas de sua carreira) e o samba “Torpedo”, com letra de Gilberto Gil. Porém, outros momentos bregas estragam a experiência de ouvir o disco, como o R&B de rádio de dentista “Entreolhares (The way you’re looking at me)”, o pagode mela-cueca “Dentro” e a chata “10 minutos”. É por faixas como essas que a curta duração do álbum vira uma benção – ou, como a própria Ana Carolina canta em “Tá rindo, é?”: “A minha oração é curta pro santo não entediar”. (AMAURI STAMBOROSKI JR.)

MICHAEL JACKSON- "THE STRIPPED MIXES"

Divulgação Gravadora: Universal

Mais um relançamento em homenagem a Michael Jackson que chega na esteira da morte do cantor, em 25 de junho, "The stripped mixes" traz os maiores clássicos do rei do pop, à frente dos Jackson 5 e em carreira solo, com algumas mudanças nos arranjos. Em geral, a voz do cantor aparece em primeiro plano, e isso faz com que o seu timbre ímpar fique em evidência, mas também pode se tornar cansativo. Afinal, por que não ouvir a instrumentação? Os fãs mais obcecados podem se incomodar com as diferenças em relação às versões originais, a exemplo de "We've gotta a good thing going". De fato, músicas atemporais como "Ain't no sunshine" soam melhor da maneira como ficaram conhecidas. (LÍGIA NOGUEIRA)

THE VERY BEST - "WARM HEART OF AFRICA"

Divulgação Gravadora: Rough Trade

A música africana é a nova joia a ser redescoberta pelos descolados mundo afora – o vampire Weekend que o diga. De todos os projetos ocidentais que “resgatam” os sons do continente africano, poucos têm a mesma autenticidade e frescor criativo do The Very Best. A parceria do cantor malauiense Esau Mwamwaya com a dupla de produtores europeus Radioclit começou como uma mixtape em 2009 e chega a 2009 como álbum completo, incluindo participações de Ezra Koenig (Vampire Weekend) e da cingalesa M.I.A. Abrindo com a épica “Yalira”, o disco ainda traz destaques como a grudenta “Julia”, a alegre “Kamphopo” e a dançante “Nsokoto”. (ASJ)

VÁRIOS - "TRILHA SONORA ORIGINAL DA MINISSÉRIE CAPITU"

Divulgação Gravadora: Som Livre

Um dos maiores trunfos da trilha sonora da minissérie "Capitu", que saiu há pouco em CD, foi ter apresentado ao grande público a banda Beirut, projeto do norte-americano Zach Condon que mistura elementos da música tradicional do leste europeu com pop e folk. Escolhida para ser o tema de abertura do programa inspirado no livro de Machado de Assis, "Elephant gun" é sem dúvida uma grande canção, que funciona como porta de entrada para conhecer a obra do jovem músico. Embora reúna outras boas composições - como o clássico "Juízo final", de Nelson Cavaquinho, e uma surpreendente versão de "Iron man" assinada pela banda Bad Plus -, a música de "Capitu" funciona melhor na tela, como acompanhamento da adaptação dirigida por Luiz Fernando Carvalho. (LN)

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