quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Linha do Tempo do Funk carioca

Funk carioca comemora 20 anos de existência em 2009.
Gênero nasceu nos bailes de periferia no Rio de Janeiro.Da "Melô da mulher feia" do MC Abdulah às mulheres-fruta, o funk carioca comemora 20 anos de existência em 2009. Seu marco zero é o disco “Funk Brasil”, de 1989, produzido pelo DJ Marlboro. A coletânea tinha o primeiro funk carioca gravado, a “Melô da mulher feia”, cantada pelo Mc Abdulah, além de faixas como “Melô do bêbado” e “Rap das aranhas”.

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O disco vendeu 250 mil cópias e o funk saiu das comunidades para conquistar o resto do Rio de Janeiro e do Brasil. Por dois anos (em 1995 e em 2001) foi o ritmo do verão por excelência, conquistando as rádios de norte a sul do território nacional.
Em 2005, começou a ensaiar a invasão no exterior, com M.I.A. e os curitibanos do Bonde do Rolê, e em 2009 o gênero, muitas vezes discriminado, tem a chance de virar oficialmente um movimento cultural, com lei e tudo. Uma história movimentada e impressionante para um ritmo com apenas vinte anos de idade. Confira abaixo a linha do tempo do funk carioca elaborada pelo G1 com base nos livros "Batidão" e "O mundo funk carioca" e entenda um pouco dessa história.

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Anos 60: James Brown inventa o funk com músicas como "Please, please, please", transformando o soul em um gênero dançante e frenético, que vai influenciar a criação da discoteca e da música eletrônica durante as próximas décadas.
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Anos 70: Em São Paulo, equipes como a Chic Show montavam bailes de música black (funk e soul, especialmente) pela periferia. No Rio de Janeiro o movimento ganhou um nome: Black Rio, que chegou a virar nome de banda. O movimento também contava com artistas como Tim Maia, Cassiano, Gerson King Combo e outros bambas. Equipes de som criadas na época, como a Furacão 2000 e a Cashbox seguiriam nas décadas seguintes dentro do funk carioca.
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1982: Afrika Bambaataa inventa o electro com “Planet rock”, misturando a batida seca e grave da bateria eletrônica TR-808 com um sample de “Trans-Europe Express”, dos alemães eletrônicos do Kraftwerk. O ritmo vai inspirar o miami bass e também o funk carioca.
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Anos 80: As “melôs” viram lugar-comum nos bailes do Rio – “You talk too much”, do Run DMC, vira “Taca tomate”, por exemplo. Na Flórida é criado o miami bass, estilo de rap com uma forte batida grave, e grupos com letras de duplo sentido como o 2Live Crew
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1989 : MC Abdullah grava o primeiro funk carioca – “Melô da mulher feia”, sobre a base de “Do wah diddy”, da 2Live Crew. A música é a primeira gravada para a coletânea “Funk Brasil”, produzida pelo DJ Marlboro, marco inicial do funk carioca, que ainda tinha a “Melô do bêbado” e o “Rap das aranhas”.
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1990: MC Batata faz o primeiro funk a ser conhecido em rede nacional: “Feira de Acari” foi trilha sonora da novela “Barriga de aluguel”. A letra tinha trechos como “Ele disse que na feira/ Pelo preço de um bujão/ Eu comprava a geladeira/ As panelas e o fogão/ Tudo isso tu encontra/ Numa rua logo ali/ É molinho de achar/ É lá na feira de Acari”.
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1992: O “Rap do Pirão”, homenagem do MC D’Eddy à turma do Mutuapira e do Boa Vista inaugura a era dos raps de galera. Já a cantora Fernanda Abreu (ex-Blitz) aparece com a faixa “Rio 40 graus” em seu novo álbum, “SLA 2 be sample”, inspirada no funk carioca.
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1994: A apresentadora Xuxa pavimenta o estouro do funk em rede nacional com o segmento “Xuxa hits”, no seu programa “Xuxa park”. Entre os sucessos apresentados lá estava o funk melody (ou charm) “Me leva”, de Latino.
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1995: O “Rap da felicidade” de Cidinho e Doca vira hit nacional, arrancando elogios até de Caetano Veloso. A primeira onda nacional do funk ainda conta com Claudinho e Buchecha (com o melody “Conquista”), Junior e Leonardo (com a primeira versão do futuro proibidão “Rap das armas”) e William e Duda (de “A de abalô”). Os últimos ainda gravaram com Lulu Santos, que levava o funk para o pop rock no disco “Eu e Memê, Memê e eu”.
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1997 - 2000: Enquanto o sucesso do funk esfriava no resto do Brasil, o MC Maluco aparecia com “Ah! Eu tô maluco!”, surgido de improviso em um baile. Durante essa época, começaram a ocorrer os “corredores”, onde os frequentadores se enfrentavam com pancadas. Durante essa época, muitos bailes foram fechados e alguns promotores de festas chegaram a ser presos. Ao mesmo tempo, grupos de rock como Funk Fuckers e Comunidade Nin-Jitsu começavam a flertar com o ritmo.
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2001: A segunda onda do funk carioca começou em 2001 e consolidou o gênero no país – começando com “Cerol na mão” (além de “Tchutchuca” e “O baile todo”), sucesso do Bonde do Tigrão. Outros hits foram “Tapinha”, da MC Beth e do Mc Naldinho e “Planeta dominado”, do SD Boyz, enquanto Kelly Key aproximava o funk do pop com “Baba”. Misturando funk e rock, as guitarras de “Popozuda rock ‘n’ roll” dos gaúchos do De Falla também dominaram as rádios.
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2002 - 2003: A desbocada Tati Quebra-Barraco surge com hits como “Montagem pidona”, “M
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2004 - 2007: A música “Bucky done gun”, sampleando “Injeção” de Deize Tigrona, começa a invasão do funk pelo mundo. Lançada pela cingalesa M.I.A. e produzida pelo DJ norte-americano Diplo, a música abriu espaço para gente como o Bonde do Rolê, grupo curitibano de classe média que chegou a lançar disco na Inglaterra com músicas como “Gasolina” e “Solta o frango”.
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2008 - 2009: Com o sucesso do “Créu” e sua garota-propaganda, a Mulher Melancia, o funk criou a era das mulheres-fruta. Ao mesmo tempo, DJs como Sanny Pitbull tocam no exterior e já defendem a existência de um pós-funk, um funk carioca modernizado e globalizado. Cidinho e Doca que o digam – sua versão “proibidão” de “Rap das armas” (da trilha sonora de “Tropa de elite”) virou hit na Suécia e ganhou recentemente um remix kuduro, ritmo conhecido informalmente como o “funk carioca de Angola”.

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